O WhatsApp Pay representa uma nova modalidade para transferências de dinheiro entre os usuários do mensageiro, disponível para Android e iPhone (iOS). O serviço possui uma versão piloto na Índia, e pode chegar ao Brasil e a outros países até o final deste ano, de acordo com declaração feita na última semana por Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, companhia responsável pelo app de mensagens desde 2014.
O WhatsApp Pay é uma nova modalidade de serviço disponibilizada pelo Facebook. A função permite que usuários efetuem pagamentos pelo aplicativo de mensagens, e tem como objetivo facilitar transferências bancárias. Em 2018, a novidade recebeu aprovação para período de testes na Índia, país que mais utiliza o mensageiro no mundo — são cerca de 200 milhões de usuários ativos diários no mensageiro.
As transações ocorreram por meio do sistema UPI (Unified Payments Interface ou Interface de Pagamentos Unificados, em tradução livre), e foram utilizadas por mais de um milhão de usuários. A maior dificuldade enfrentada pela empresa até agora compreende questões de licença. O UPI funciona por meio da National Payments Corporation of India, empresa que possibilita as transações financeiras no país.
Contudo, a licença do WhatsApp Pay não foi aprovada na Índia ainda por motivos de regulamentação de dados de usuários e questões de privacidade, o que impede que o serviço seja utilizado em outros países por enquanto. Mas a promessa de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, é que a modalidade chegue a países como Brasil, México e Indonésia nos próximos seis meses.
Segundo o site Economic Times, o lançamento do WhatsApp Pay foi confirmado por Zuckerberg em uma reunião realizada pela companhia na última quinta-feira (30), e promete trazer o serviço a território nacional nos próximos seis meses, já que o país possui grande número de usuários ativos no app.
O site especializado WABetaInfo já previra o teste da ferramenta no país em fevereiro do ano passado, e publicou no Twitteque o WhatsApp também implementou suporte ao serviço para usuários da Espanha, México e Reino Unido — além da Índia, único país onde o experimento foi efetivado até agora.
Além do WhatsApp Pay, o Facebook tem mostrado grande interesse em estabelecer formas próprias para pagamentos em outras plataformas da empresa. Nesse sentido, a companhia divulgou o Facebook Pay em novembro do ano passado, ferramenta de pagamentos do Facebook e Messenger, que até agora está disponível apenas nos Estados Unidos.
A plataforma de transferências do Facebook suporta a maioria das bandeiras de cartões de crédito e débito, além de aceitar também pagamentos via PayPal e Stripe. O Facebook Pay permite realizar transferências em dinheiro de pessoa para pessoa via Messenger, realizar compras em jogos, adquirir ingressos e participar de “vaquinhas” online, além de concluir compras em lojas selecionadas no Marketplace do Facebook. Não está claro se a plataforma aceitará a Libra, a criptomoeda do Facebook, mas os dois serviços serão independentes.
Facebook Pay é o serviço de pagamentos do Facebook — Foto: Divulgação/Facebook
A moeda virtual Libra foi anunciada pelo Facebook no início do segundo semestre de 2019, com lançamento previsto para o primeiro semestre deste ano. O objetivo da criação da criptomoeda, segundo Zuckerberg, é facilitar transações financeiras entre usuários que não possuem contas bancárias, sem a cobrança de taxas. A moeda será armazenada em uma carteira virtual chamada Calibra, de responsabilidade do Facebook e que estará disponível no Messenger e WhatsApp.
Era esperado que 2020 marcasse o início das publicidades no WhatsApp, já que o mensageiro deixou de cobrar a taxa anual de US$ 0,99 após ser adquirido pelo Facebook. Em 2018, especulou-se que o app começaria a exibir propagandas na função WhatsApp Status, ferramenta semelhante aos Stories do Instagram, rede social que também é propriedade do Facebook. Entretanto, a ideia de monetização por meio de propagandas foi abandonada pela companhia, segundo reportagem do Wall Street Journal.
Serviço do WhatsApp busca realizar transações sem sair do app — Foto: Tainah Tavares/TechTudo
Com o surgimento da modalidade de transferências no mensageiro, especula-se que o app obtenha uma porcentagem de lucro por cada transação realizada, algo similar ao que acontece com os lucros da Apple via Apple Pay: a cada transação realizada pela plataforma, a empresa da maçã obtém cerca de 0,15% de ganho líquido, o que representaria uma alternativa para monetização do aplicativo de mensagens no caso do WhatsApp.
Prevendo as transferências bancárias entre os usuários em apps de mensagens, bancos como Itaú e Bradesco passaram a compreender um sistema de transações por meio do teclado do celular. Correntistas podem ativar a opção de “Teclado” para realizar as ações bancárias sem necessariamente acessar o aplicativo do banco. Essa maneira de realizar transferências mostra praticidade, mas pode incluir taxas como TED ou DOC, o que foge da proposta do WhatsApp Pay.