Tanto o Ultrastar He12 com 12TB quanto o de 14TB têm oito discos empilhados dentro de suas 3,5 polegadas. De acordo com a empresa, isso representa dois discos a mais do que os maiores HDs preenchidos com ar, o que por sua vez permite 50% mais armazenamento do que os maiores dispositivos com a tecnologia mais velha.
Isso é possível graças ao uso de gás hélio dentro dos HDs. Normalmente, HDs possuem diversos discos magnéticos nos quais a informação é gravada e usam camadas de ar para separar um disco do outro. Isso garante que eles não se danifiquem, e permite que os discos girem de maneira mais estável e com menos atrito (oferecendo velocidades mais rápidas de leitura e gravação).
Os componentes recém-lançados, no entanto, usam gás hélio no lugar do ar em seu design. A principal vantagem disso é que o hélio tem apenas cerca de um sétimo da densidade do ar. Com isso, é possível conseguir a mesma estabilidade, velocidade e proteção que o ar permite em menos espaço. Dessa forma, é possível fazer com que mais discos caibam no mesmo espaço, aumentando a capacidade do HD.
Segundo o site ExtremeTech, isso permite que o Ultrastar He12 de 12TB de capacidade ofereça uma densidade de armazenamento de quase 134 gigabits por centímetro quadrado. Ele, assim como a versão de 14TB, gira a 7.200 RPM, tem um tempo de busca de 8 milissegundos da cabeça e atinge velocidades máximas de 12Gbps na interface SAS e 6Gbps na interface mais comum SATA.
Vários dados em um só lugar
Embora os dois modelos tenham o mesmo número de discos e o mesmo espaço, um deles oferece mais capacidade por usar uma tecnologia diferente de gravação. O de 12TB, assim como a maioria dos HDs, utiliza uma tecnologia chamada PMR, ou Perpendicular Magnetic Recording (gravação perpendicular magnética, em tradução direta). A cabeça fica perpendicular aos discos e vai magnetizando-os para gravar os dados.
Por sua vez, o de 14TB usa uma técnica chamada de SMR, ou Shingled Magnetic Recording (algo como gravação magnética fatiada, em tradução direta). Nesse caso, a cabeça consegue ler e escrever diversos dados num mesmo ponto, apagando informações não essenciais e sobrescrevendo-as com os dados novos. No final, os dados ficam encaixados de maneira semelhante a telhas em um telhado, como ilustra a imagem acima.
No entanto, essa tecnologia tem o lado negativo de ser mais lenta. Isso porque a cabeça do HD precisa ler e escrever diversas faixas de dados ao mesmo tempo. Por esse motivo, os HDs com essa tecnologia são mais recomendados para uso em data centers ou como backup de dados que não precisam ser lidos ou regravados muitas vezes.
Disponibilidade
De acordo com a Western Digital, os dispositivos já estão disponíveis para testes para alguns de seus parceiros e serão lançados comercialmente até abril de 2017. A empresa ainda não divulgou qual será o preço dos aparelhos.
Mesmo que os SSDs possuam velocidades de leitura e gravação muito superiores até mesmo que a desses HDs de última geração, discos rígidos têm sua importância. Eles ainda são a maneira mais barata de se adquirir armazenamento digital em grandes quantidades. Por isso, há um mercado considerável para HDs, especialmente para aplicações nas quais velocidade não é essencial (como no caso de backups).