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Uma pesquisa realizada pela empresa de pesquisa YouGov a pedido da Anistia Internacional revelou que 25% da população brasileira é a favor de que o governo intercepte, armazene e analise suas comunicações por telefone e por internet.

O levantamento interrogou 15.000 pessoas em 13 países sobre a vigilância de suas telecomunicações por órgãos governamentais. No Brasil, 1006 pessoas foram ouvidas entre os dias 4 e 11 de fevereiro. 65% delas reprova o armazenamento e visualização de dados de comunicação digital entre computadores e telefones no mundo, 10% não soube responder e apenas 25% se pronunciou como favorável a essa atitude.

Segundo a pesquisa, o Brasil é um dos países que mais rejeita esse tipo de medida, atrás da Alemanha (69% dos ouvidos) e Espanha (67%). Os países nos quais o monitoramento das comunicações em rede pelo governo é menos rejeitado são França e Inglaterra (onde apenas 44% ds entrevistados foi contrário a medidas desse tipo).

O Brasil se destacou também por ser o país que mais rejeitou a ideia de que empresas de tecnologia, como a Microsoft, o Google e a Yahoo, devem repassar dados coletados sobre seus usuários aos governos (78% dos entevistados se disseram contrários a isso). Ao todo, 55% dos brasileiros acreditam que esse repasse deve acontecer apenas quando houver ordem judicial.

Além disso, foi o segundo país com maior índice de reprovação ao esquema norteamericano de vigilância em massa de dados de telecomunicações (80%), atrás apenas da Alemanha (81%). Nos treze países nos quais a pesquisa foi realizada, mais da metade dos entrevistados reprovaram esse esquema.

Em alguns países, como Grã-Bretanha, Estados Unidos, Nova Zelândia e África do Sul, a questão dividiu os entrevistados: a diferença entre os que rejeitam a coleta de dados de telecomunicações dos cidadãos por seus governos e os que a aprovam ficou abaixo de 10 pontos percentuais.

Outro dado interessante revelado pela campanha foi que, entre todos os entrevistados, 40% em média aprova o monitoramento de dados dos cidadãos por seus governos, mas 45% aprovaria a vigilância das comunicações de estrangeiros que vivem em seu país.

Na França e na Grã-Bretanha, a porcentagem dos que aprovam a coleta de dados de estrangeiros (54% e 55%, respectivamente) é mais que o dobro da porcentagem dos que rejeitam essa medida (27% e 26%). Nos Estados Unidos, 50% dos entrevistados foi a favor da vigilância de comunicações de estrangeiros, contra apenas 30% contrários.

A Anistia Internacional aproveitou a divulgação dos dados da pesquisa para lançar a campanha #UnfollowMe, para demandar transparência dos governos e suscitar discussões sobre o monitoramento das redes. A entidade informou também que já está tomando medidas legais para conter a vigilância em massa de dados de telecomunicações pelos governos.

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