Apple e Google competem em várias áreas, mas ficou muito claro um novo campo de batalha entre as duas companhias. Ambas realizaram recentemente eventos para desenvolvedores, em que um foco foi definido: contexto. Ambas as empresas estão procurando apresentar a informação correta na hora em que você mais precisa dela.
Começando pelo Google. A empresa sempre teve o Google Now ao seu lado, e seu grande diferencial em relação à Siri, da Apple, foi sua proatividade. Os cards do serviço sempre estão lá, oferecendo alguma informação puxada dos dados que a empresa tem sobre você, como a previsão do tempo da cidade de onde você está e de outra que será seu destino de viagem, por exemplo.
No entanto, durante o I/O, foram apresentados alguns novos destaques. O primeiro: o Now oferecerá cards baseados em informações que o Google NÃO tem sobre você. Graças à abertura de uma API do serviço, a ferramenta poderá se integrar com cerca de 100 aplicativos para mostrar dados nos momentos adequados, como sugestões de apartamentos do AirBnB quando a pessoa viaja, ou notícias importantes logo de manhã.
Depois foi a vez do Now On Tap, a solução do Google para conseguir ajudar o usuário quando ele não está na web. Com um toque longo no botão Home, o Now é capaz de ler o que o app está apresentando na tela e puxar informações relevantes, ou contextuais.
Depois foi a vez da Apple de transformar a Siri. Ela sempre foi boa como assistente, mas agora ela também vai seguir a trilha do Google Now para se tornar proativa.
A assistente começará a informar seus usuários com dados que considera relevante para o seu dia, como orientações de trânsito ou transporte público, tempo, e tudo mais que conseguir coletar com base nas suas informações.
Claro que as empresas querem fugir também dos celulares e tablets. O Google Now já é uma presença no Android Wear, assim como a Siri é uma força do Apple Watch. O Google aposta no Brillo para conectar sua casa, e certamente aproveitará estas informações contextuais para uma experiência mais interessante; o HomeKit, da Apple, também deve ser profundamente integrado com o que a empresa tem de informações.
Qual o objetivo?
Claro que as empresas buscam motivações financeiras para tal. No caso da Apple, a empresa precisa agregar mais valor ao seu produto, já que essa é sua fonte de renda. No caso do Google, já é diferente. A empresa precisa criar novas vias de monetização no mobile, aproveitando o influxo cada vez maior de buscas móveis.
Mas quem vai ganhar essa briga do ponto de vista financeiro? Certamente quem conseguir atrair mais desenvolvedores, para monetizar também o trabalho realizado pelos outros. É um fato: a plataforma com mais desenvolvedores historicamente é a que tem o maior sucesso monetário, caso do Windows nos PCs, o iOS nos smartphones… e na computação contextual?