Como o “Zuckerberg italiano” quer ajudar o brasileiro a arrumar emprego

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Mark Zuckerberg tem sua própria história de sucesso, que todos já conhecem (virou até filme!). No entanto, o Brasil deverá conhecer dentro de pouco tempo a história de outro “Zuckerberg”, vindo diretamente da Itália.

Na verdade, seu nome é Matteo Achilli, de 22 anos, e acabou de comprar uma Maseratti com o dinheiro que arrecadou com sua rede social, a Egomnia, que está marcada para lançar no Brasil em março deste ano.

Achilli não quer competir com o verdadeiro Zuckerberg, no entanto. As duas páginas são totalmente diferentes; na verdade, a Egomnia está mais para um competidor do LinkedIn, mas com um diferencial, que é fazer um ranking de jovens com o curriculum mais atraente com base no que as empresas esperam para preencher suas vagas.

A história da empresa começou há alguns anos, quando ele Matteo Achilli ainda era um estudante do ensino médio, pensando em cursar uma universidade. Ele diz que, ao ver um ranking das melhores faculdades de economia, conseguiu se decidir pela Universidade de Bocconi, no topo da lista. O conceito acabou se aplicando à sua ideia de rede social: um ranking dos melhores candidatos a vagas.

Sua origem italiana também ajudou a alavancar sua ideia. A proposta da página era ajudar jovens talentosos a encontrar colocação no mercado de trabalho. O problema é que seu país tem uma taxa de desemprego de cerca de 40% na faixa etária jovem, ainda com pouca experiência e em busca da oportunidade para mostrar do que é capaz.

Há quase 3 anos no ar, a Egomnia pertence 100% a Achilli, algo raríssimo no mercado de startups que lutam bravamente por investimentos externos e acabam cedendo participação em troca do capital para poder investir e crescer.

O motivo para isso remete ao início da página. Quando teve a ideia pela primeira vez, não sabia nada sobre desenvolvimento para web. Ao consultar agências, sob orientação de seu pai, o valor estimado para criação do site era de 100 mil euros, absolutamente proibitivo.

Foi então que ele conseguiu finalmente entrar na Universidade de Bocconi. Lá encontrou jovens interessados em participar do projeto. Contudo, em vez de oferecer participação na empresa, como normalmente é feito no nascimento de startups, ele aceitou pagar 10 mil euros com a ajuda de seu pai para que um estudante, Giuseppe Iaobucci, criasse a página. Até hoje ele faz parte da companhia, mas não como sócio.

Depois do lançamento, houve burburinho e sucesso, com mil inscritos em um dia e a queda do site, incapaz de aguentar os acessos. Ao fim de um mês, eram 15 mil usuários e 100 empresas procurando novos empregados com a ferramenta.

A partir daí, veio a repercussão internacional, com uma entrevista para um documentário da rede britânica BBC, com o título “Os Próximos Bilionários”. Seu rosto passou a ser conhecido fora da Itália, e ajudou a viabilizar os planos de expansão.

Porém, Archilli ainda queria criar “hype” sobre o serviço. Não bastava abri-lo a qualquer um; ele queria que as pessoas ficassem “na vontade” de criar seu cadastro e, por isso, barrou inscrições de fora da Itália.

Agora, o Brasil deve ser um dos primeiros países a receber a expansão da Egomnia, junto com Cingapura. E o resto do mundo continua sem poder se cadastrar.

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