E se estações fixas de abastecimento elétrico pudessem ser instaladas em sua casa por um preço camarada? Ou até mais: os postos de gasolina tradicionais estariam fadados à extinção face à chegada iminente dos carros elétricos? Pois são essas as reflexões que o anúncio feito por Elon Musk em maio têm provocado internet afora.
Acontece que, conforme observa o Ars Technica, a bateria de parede Powerwallnão se constitui apenas como alternativa enquanto fonte de energia para instalações domésticas ou empresariais; a novidade é também a prova cabal de que as tecnologias de abastecimento elétrico estão, de fato, mais baratas.
Em 2014, vale lembrar, um relatório publicado pelo The Wall Street Journal apontou que a instalação de uma central fixa para abastecimento elétrico poderia chegar ao custo de US$ 23.429,00. No inicio deste ano, e conforme dito pelo próprio fundador e CEO da Tesla, a bateria autônoma para o gerenciamento de energia Powerwall poderia ser encomendada por US$ 3.500,00 (mais US$ 500 pela instalação).
O estudo divulgado pelo WSJ menciona que os custos de produção de baterias para automóveis elétricos caíram entre os anos de 2007 e 2014. “Os resultados mostram que os custos de 2014 são mais baixos dos que os previstos para 2020”, escrevem Björn Nykvist e Måns Nilsson, autores do documento.
“Se entende comumente que o custo das baterias deve cair abaixo de US$ 150 kWh (Quilowatt-Hora) para que os BEVs (veículos de bateria elétrica) se tornem competitivos se levados em conta os carros de combustão interna”, explicam os pesquisadores.
Em 2104, o valor das baterias para carros elétricos ficou em US$ 450 para cada kWh – em 2007 o preço era de US$ 1 mil. “O custo de baterias usadas por fabricantes de peso de BEVs pode ser até mais barato, a US$ 300 por kWh”, observam os escritores. Ainda em 2013, o Tesla Model S mostrou-se capaz de estabelecer a relação de “US$ 310/kWh”; o Nissan Leaf previu para 2014 a marca dos “US$ 300/kWh”.
(…) está claro que as inovações dos sistemas de bateria íon-lítio para todos os tipos de aplicações (eletrônicos para o consumidor, carros, estações de recarga fixas) estão conectadas e se beneficiam da mesma R&D e aprendizado no correr do tempo
O barateamento dos custos de produção das baterias se dá por conta da própria evolução da tecnologia. É que a “taxa de aprendizado” por parte das fabricantes de veículos elétricos ficou entre 6% e 9% nos últimos anos. Se melhorias de R&D (pesquisa e desenvolvimento) forem feitas, tais como a otimização no uso de materiais de ânodo e cátodo, um avanço anual entre 12% e 14% na seara do desenvolvimento desses automóveis é esperada.
Os sinais acerca dos “novos tempos” estão aí: em maio, a Daimler anunciou uma estação de abastecimento elétrico dedicada a uso doméstico para consumidores da Alemanha. A GM também considerou a reformulação das baterias já presentes em seus veículos elétricos. Na mesma linha de pensamento está a Nissan, que afirmou estar disposta a implementar a tecnologia de seus BEVs.
Os carros elétricos serão capazes de competir contra os veículos de combustão interna e conquistar simpatia por parte dos consumidores?Comente no Fórum do TecMundo
Em entrevista ao Ars Technica, Nykvist disse que o futuro é promissor. “É muito cedo para dizer com certeza, mas está claro que as inovações dos sistemas de bateria íon-lítio para todos os tipos de aplicações (eletrônicos para o consumidor, carros, estações de recarga fixas) estão conectadas e se beneficiam da mesma R&D e aprendizado no correr do tempo”, opinou o pesquisador.
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